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Assessor de Justiça de Bom Jesus que trabalhava com promotor investigado é exonerado

O assessor trabalhava diretamente com o suspeito de exigir dinheiro de empresário para arquivar processo.

22/08/2024 às 14h34 Atualizada em 25/08/2024 às 10h37
Por: Redação B1- Bom Jesus-PI Fonte: G1 Piauí
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Assessor de Justiça de Bom Jesus que trabalhava com promotor investigado é exonerado

assessor ministerial André Ricardo Bispo Lima, lotado na 1ª Promotoria de Justiça de Bom Jesus, foi exonerado do Ministério Público do Piauí (MPPI). Ele e o promotor Maurício Verdejo Gonçalves Junior, titular da 6ª Promotoria de Justiça de Picos, são investigados por suspeita de exigir R$ 3 milhões para arquivar processo.

Na terça-feira (20), o desembargador Ricardo Gentil, do Tribunal de Justiça do Piauí, determinou que o processo deixe de tramitar em segredo de Justiça.

O promotor foi denunciado pelo empresário Junno Pinheiro Campos de Sousa que procurou o plantão policial federal e relatou que havia sido abordado pelo agente da justiça em um restaurante. Mauricio Verdejo chegou a receber R$ 900 mil, valor que foi apreendido pela PF.

Após determinação da Corregedoria Nacional do Ministério Público, no dia 9 de agosto, o promotor Verdejo foi afastado temporariamente, pelo prazo de 90 dias, de suas funções assim como houve a proibição de seu acesso a qualquer dos prédios e instalações do MPPI.

Medidas cautelares

Na segunda-feira (19), o desembargador Ricardo Gentil não atendeu ao pedido de prisão preventiva dos investigados, mas definiu que deveriam usar tornozeleira eletrônica. Além disso, aplicou as seguintes medidas cautelares:

  • proibição dos investigados de acessar e frequentar as instalações do MPPI;
  • proibição dos investigados de se comunicar entre si, de se comunicar com a vítima, Junno Pinheiro, e também de se comunicar com quaisquer servidores do MPPI;
  • afastamento cautelar do promotor de justiça Maurício Verdejo de suas funções pelo prazo de 01 ano;

R$ 900 mil apreendidos

o dia 7 de agosto, um mandado de busca e apreensão foi cumprido em Teresina contra o promotor e PF apreendeu R$ 900 mil com ele. O dinheiro foi entregue por um empresário que procurou o plantão policial federal e relatou que havia sido abordado pelo promotor de justiça em um restaurante.

O promotor teria dado o prazo de poucos dias para ele pagar a quantia de R$ 3 milhões para não ser mais investigado.

Após uma semana de investigação, a equipe da PF conseguiu confirmar a denúncia da vítima e registrar o recebimento de parte do montante pelo investigado. Também foram apreendidos documentos e aparelhos eletroeletrônicos na casa do suspeito.

Promotor pode responder por concussão

Conforme a polícia, o Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI), por meio da Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ/MPPI) deu apoio à operação denominada Iscariotes, em referência ao agente público, que atua em função de fiscal da lei, e traiu a confiança nele depositada pelo Estado e pela instituição.

O promotor poderá responder pelo crime de concussão, que consiste na conduta de exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, vantagem indevida. Por meio de nota, o MPPI disse que o nome do promotor não será divulgado, porque o processo está em segredo de justiça.

A PF destacou que por tratar-se de investigado com prerrogativa em razão da função pública, o fato foi comunicado ao Procurador-Geral de Justiça do Estado do Piauí, a quem cabe investigar membros do Ministério Público, que solicitou a cooperação da Polícia Federal, tendo em vista que a entrega do dinheiro era iminente.

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