O juiz da 59ª Zona Eleitoral de Cristino Castro determinou a suspensão da divulgação de uma pesquisa eleitoral realizada pelo Instituto Pro Pesquisas no município. Na sentença, divulgada nesta terça-feira (24), o magistrado apontou irregularidades na pesquisa, que teria entrevistado um total de 350 pessoas.
Ao analisar os dados, o juiz destacou que, entre os entrevistados, 18,1% tinham até 24 anos, correspondendo a 63,35 pessoas; 20,8% tinham entre 25 e 34 anos, resultando em 72,8 pessoas; e 66,85% tinham mais de 60 anos, totalizando 66,85 pessoas. O juiz considerou esses números inconsistentes, evidenciando a inviabilidade da pesquisa.
“É evidente que não se entrevistou 0,35 de uma pessoa com menos de 24 anos, nem 0,80 pessoa entre 25 e 34 anos. Na verdade, não há clareza sobre quantas pessoas foram realmente questionadas no plano amostral apresentado. A pesquisa está viciada, devendo ser suspensa imediatamente para evitar que os eleitores sejam induzidos ao erro por informações sem comprovação técnica”, afirmou o magistrado.
Com esses argumentos, foi concedida a liminar solicitada pela coligação “Com Fé para o Trabalho Continuar”, determinando a suspensão imediata da pesquisa e a impugnação do seu registro. Os requeridos, PRO PESQUISAS LTDA e Fábio Vieira da Silva Lins, foram intimados a suspender a divulgação no prazo de 24 horas, sob pena de multa diária de R$ 10.000,00.
Dados da pesquisa
A pesquisa mostrava o candidato Fábio Lins com 32,57%, se aproximando do candidato à reeleição Felipe Dias, que aparecia com 45,14%. Além disso, a pesquisa apontava para 16% de indecisos (não souberam ou não opinaram) e 6,29% de brancos ou nulo.
O Instituto Pro Pesquisas já havia sido condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em julho deste ano, quando uma pesquisa realizada no município de Fronteiras-PI foi suspensa. Após a condenação, o instituto, anteriormente denominado DSBP Editora LTDA, mudou seu nome para PRO PESQUISAS LTDA, e continuou atuando em municípios do Piauí, tornando-se alvo de novas investigações pelo Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI).
O TRE-PI intensificou a fiscalização nestas eleições para combater a divulgação de pesquisas fraudulentas, o que já resultou em diversas condenações.
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