O Governo do Piauí pretende construir, nos próximos quatro anos, 34 sistemas de dessalinização de água para oferecer água potável às comunidades da região Sul do estado. As unidades fazem parte do Programa Água Doce (PAD), do governo federal, que destinou mais de R$ 9,5 milhões ao Piauí.
Atualmente, o PAD conta com 62 sistemas em funcionamento no estado, em nove municípios, e beneficia mais de 11 mil pessoas direta e indiretamente. Mais de 40 mil litros de água são produzidos por hora e abastecem também escolas, associações públicas e prédios de prefeituras.
O que é dessalinização? É um processo que retira o sal da água (subterrânea, no caso das cidades do Sul do Piauí) e a filtra para produzir água própria para consumo humano e uso agrícola ou industrial. No caso do PAD, ele envolve osmose reversa (separação de água potável e resíduos salinos) - entenda abaixo.
Segundo o coordenador do PAD no Piauí, Adalberto Filho, o programa atua no semiárido cristalino piauiense, região na qual o acesso à água potável é escasso e a população depende geralmente de carros-pipas. Quando encontrada no subsolo, a água apresenta índice de sais acima do recomendado para o uso doméstico.
Como a osmose reversa funciona?
1. A água sai de poços tubulares, que perfuram o solo, e é direcionada para uma caixa d'água;
2. Por meio de uma bomba de alta pressão, passa por uma membrana especial que isola o sal e outras partículas maiores;
3. A membrana separa a água limpa da salgada e permite a passagem da água pura.
De acordo com Adalberto, os sistemas são compostos por um abrigo onde ficam o dessalinizador, um tanque que recebe a água residual (com cloro e cobre) e um chafariz eletrônico que libera a água limpa para os moradores da comunidade.
"Em cada sistema é feito um acordo de gestão com a comunidade, que define os dias em que o chafariz será aberto e a quantidade de água a que cada família terá direito. As famílias recebem fichas para colocarem no chafariz, que libera 20 litros de água", detalhou o coordenador.