O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pela Polícia Federal em relatório encaminhado nesta quinta-feira (21) ao Supremo Tribunal Federal (STF). As investigações apontaram que ele sabia e seria beneficiado principal do plano golpista orquestrado por militares, dentro e fora do governo, em 2022, após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.
O documento final une os inquéritos das operações Tempus Veritatis, deflagrada em fevereiro pela PF, e a Contragolpe, deste terça-feira (19) - que prendeu quatro militares das forças especiais, os chamados kids pretos e um policial federal. Eles foram acusados de tramar e executar um plano, que acabou abortado na ultima hora, para prender e até matar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, no dia 15 de dezembro de 2022.
O plano previa também como alternativa, para o golpe de Estado, assassinar o presidente Lula e seu vice, Geraldo Alckmin.
O Supremo aguarda agora parecer do Ministério Público Federal (MPF) sobre o caso. Será o terceiro indiciamento de Bolsonaro, nos processos de Moraes.
Além do ex-presidente, o relatório da PF imputa crimes aos militares presos nesta semana e outros que até agora estavam fora da lista, como o general Braga Netto.
Em nota divulgada na tarde desta qiunta, a PF informou que encerrou "investigação que apurou a existência de uma organização criminosa que atuou de forma coordenada, em 2022, na tentativa de manutenção do então presidente da República no poder".
"O relatório final foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal com o indiciamento de 37 pessoas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. As provas foram obtidas por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo poder Judiciário", nota da PF sobre indiciamento de Jair Bolsonaro e militares por planos golpistas.
Os alvos foram indiciados por crimes de tentativa de golpe de Estado e atentado violento ao Estado democrático de direito. "As investigações apontaram que os investigados se estruturaram por meio de divisão de tarefas."
Núcleos de atuação dos indiciados:
Veja quem foi indiciado:
AILTON GONÇALVES MORAES BARROS
ALEXANDRE CASTILHO BITENCOURT DA SILVA
ALEXANDRE RODRIGUES RAMAGEM
ALMIR GARNIER SANTOS
AMAURI FERES SAAD
ANDERSON GUSTAVO TORRES
ANDERSON LIMA DE MOURA
ANGELO MARTINS DENICOLI
AUGUSTO HELENO RIBEIRO PEREIRA
BERNARDO ROMAO CORREA NETTO
CARLOS CESAR MORETZSOHN ROCHA
CARLOS GIOVANI DELEVATI PASINI
CLEVERSON NEY MAGALHÃES
ESTEVAM CALS THEOPHILO GASPAR DE OLIVEIRA
FABRÍCIO MOREIRA DE BASTOS
FILIPE GARCIA MARTINS
FERNANDO CERIMEDO
GIANCARLO GOMES RODRIGUES
GUILHERME MARQUES DE ALMEIDA
HÉLIO FERREIRA LIMA
JAIR MESSIAS BOLSONARO
JOSÉ EDUARDO DE OLIVEIRA E SILVA
LAERCIO VERGILIO
MARCELO BORMEVET
MARCELO COSTA CÂMARA
MARIO FERNANDES
MAURO CESAR BARBOSA CID
NILTON DINIZ RODRIGUES
PAULO RENATO DE OLIVEIRA FIGUEIREDO FILHO
PAULO SÉRGIO NOGUEIRA DE OLIVEIRA
RAFAEL MARTINS DE OLIVEIRA
RONALD FERREIRA DE ARAUJO JUNIOR
SERGIO RICARDO CAVALIERE DE MEDEIROS
TÉRCIO ARNAUD TOMAZ
VALDEMAR COSTA NETO
WALTER SOUZA BRAGA NETTO
WLADIMIR MATOS SOARES