A saúde pública do Extremo Sul do Piauí agoniza. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Bom Jesus, responsável por atender moradores do município e de outras 20 cidades da região, vive um verdadeiro colapso. O cenário é de abandono: estrutura precária, falta recorrente de medicamentos e ausência de condições mínimas para atender à grande demanda.
Nossa reportagem conversou com servidores da unidade, que revelaram a dura realidade enfrentada diariamente por profissionais e pacientes. “A situação nunca foi boa, mas está cada dia pior. A estrutura não dá conta, os insumos faltam, e somos nós, servidores e a população, que pagamos o preço”, desabafa uma profissional de saúde que preferiu não se identificar.
A situação no Hospital Regional de Bom Jesus também é grave. Com instalações antigas e sem a mínima estrutura para atender casos de média e alta complexidade, a unidade se vê obrigada a encaminhar pacientes para Floriano ou Teresina, muitas vezes em estado delicado e com risco de vida.
Ambos os prédios já foram alvo de promessas do Governo do Estado, que anunciou reformas e ampliações nos últimos anos. No entanto, até o momento, nenhuma obra foi iniciada. O que se vê são estruturas sucateadas, pacientes esperando horas por atendimento e profissionais sobrecarregados tentando fazer o impossível com o mínimo.
A UPA de Bom Jesus, que deveria ser referência em atendimento de urgência, tornou-se símbolo do descaso com a saúde pública no interior do estado. O governo parece ter esquecido que milhares de vidas dependem do funcionamento digno dessas unidades. E mais uma vez a pergunta ecoa no coração dos piauienses do sul: até quando?
A população está cansada de promessas. Quer ação, dignidade e saúde de qualidade.
UPA de Bom Jesus, a pior do Piauí — e isso não é apenas um título. É a realidade de quem precisa dela todos os dias.