O advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou nesta quinta-feira (8) que a "engenharia criminosa" que viabilizou descontos indevidos em aposentadorias e pensões pagas pelo INSS foi montada na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Sem citar nomes, o chefe da Advocacia-Geral da União também criticou um vídeo de, nas palavras do ministro, "lacração" divulgado por um deputado aliado do ex-presidente. Ele se referiu a uma postagem do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que viralizou nas redes sociais nos últimos dias.
Jorge Messias deu as declarações durante entrevista coletiva realizada no Palácio do Planalto sobre medidas tomadas pelo governo para ressarcimento de aposentados e pensionistas que foram vítimas do esquema fraudulento no INSS.
"Está muito claro que uma tecnologia criminosa, um modelo criminoso, uma engenharia criminosa foi montada pelo governo anterior [de Jair Bolsonaro]. Foi montada nos estertores do governo anterior. Nós conseguimos desbaratar esta fraude. Mas quero dizer para vocês que não foi fácil, todos sabem a situação lamentável que encontramos no INSS, uma autarquia desmontada, sem servidores e sem sistema", afirmou Messias.
Ele também acusou o governo Bolsonaro de desmontar a empresa pública DataPrev, que dá suporte tecnológico à Previdência Social, com o objetivo de privatizá-la.
Na sequência, criticou o vídeo de Nikolas Ferreira e disse que o parlamentar deveria cobrar explicações dos integrantes da gestão Bolsonaro sobre providências que, para Jorge Messias, deveriam ter sido tomadas na gestão passada e não foram.
"Eu vi que teve um deputado que fez um vídeo ontem [quarta-feira] com o objetivo de lacrar e causa terror e pânico na população. É importante que ele questione ao presidente que ele apoiou por que que colocou a DataPrev para vender e desmontou a empresa? Eu espero que ele pergunte ao antigo ministro por que que o Ministério da Previdência não adotou as providências necessárias para fazer investigação quando já havia indícios de denúncias de irregularidades de desconto", disse.
"Eu quero que o deputado que fez o vídeo de lacração pergunte ao ministro da Casa Civil do governo anterior quais foram as providências adotadas quando o Congresso flexibilizou a regra e [viabilizou] a revalidação dos descontos", acrescentou Jorge Messias.