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Niède Guidon será enterrada no jardim de sua residência em São Raimundo Nonato

Um dos desejos expressos por Niède era ser sepultada no jardim de sua residência.

04/06/2025 às 09h10 Atualizada em 05/06/2025 às 11h18
Por: Redação B1- Bom Jesus-PI
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Niède Guidon será enterrada no jardim de sua residência em São Raimundo Nonato

Uma das maiores pesquisadoras da arqueologia do mundo, Niède Guidon morreu na madrugada desta quarta-feira (4), no município de São Raimundo Nonato. 

A chefe do Parque Nacional da Serra da Capivara, Marrian Rodrigues, informou que Niède se sentiu mal na noite anterior, mas foi dormir bem.

“Ela estava tranquila e apagou como um passarinho”, disse Marian, chorando ao telefone.

Segundo Marrian, um dos desejos expressos por Niède era ser sepultada no jardim de sua residência, em São Raimundo Nonato. O velório deverá ocorrer no Museu do Homem Americano ou no Centro Cultural da cidade.

“Para nós, ela é imortal. Ainda estamos sem acreditar”, disse Marrian, que foi pesquisadora incentivada por Niède e uma das pessoas próximas a arqueóloga.

Quem foi Niède Guidon

Niède Guidon realizou pesquisas arqueológicas no Piauí, sendo responsável pela descoberta de mais de 800 sítios pré-históricos na área e vestígios dos primeiros habitantes humanos da Terra. Os vestígios de presença humana foram descobertos em escavações arqueológicas realizadas principalmente em abrigos rochosos naturais com muitas pinturas rupestres, no Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, que foi declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1991.

A teoria de Guidon sobre a chegada do homem às Américas causou ruptura com o consenso científico tradicional da arqueologia, cristalizado pela dominância da visão norte-americana, que posiciona a chegada do homem nas Américas há cerca de 13 mil anos, vindo da Ásia, com passagem pelo Estreito de Bering, localizado entre a Sibéria e o Alasca, e que de lá, teriam migrado para o sul.

A partir da exploração de sítios arqueológicos no Piauí e das datações realizadas na Serra da Capivara, Guidon deu forma à hipótese de que os humanos teriam chegado ao continente americano pela África. Segundo Niede Guidon, conforme artigo publicado em 2008, na revista Fapesp, o material arqueológico resgatado no Piauí até o início dos anos 2000 indica que o homem chegou à região há cerca de 100 mil anos.

Niède Guidon atuou na área por cinco décadas, sendo diretora-presidente da Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM) virou presidenta emérita. Em 2018, a pesquisadora também foi condecorada com o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF).

Título que também recebeu da Universidade Federal do Piauí (UFPI) em 2024, que é o Doutora Honoris Causa é o título mais importante concedido por uma universidade a personalidades eminentes que tenham se destacado por sua contribuição à cultura, à educação ou à Humanidade.

Niède Guidon também foi vencedora de um dos mais importantes prêmios de pesquisa do Brasil – o Almirante Álvaro Alberto 2024 - para a Ciência e Tecnologia, concedido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), em parceria com a Marinha do Brasil. 

 

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